terça-feira, 24 de agosto de 2010

QUEM SÃO NOSSOS ÍDOLOS?

Cada época tem seus ídolos, pois eles são a tradução de anseios, esperanças, sonhos e identidade cultural daquele momento. Ao mesmo tempo, reforçam e ajudam a materializar esses modelos de pensar e agir.
Já faz muito tempo, Heleno de Freitas foi um grande ídolo do futebol. Entrava em campo exibindo seu bigodinho e, após o gol, puxava o pente e corrigia o penteado. O ídolo era a genialidade pura do futebol-arte.
Mais tarde, Garrincha era a expressão do povo, com sua alegria e ingenuidade. Era o jogador cujo estilo brotava naturalmente. Era a espontaneidade, como pessoa e como jogo, e era facilmente armado pelos brasileiros, pois materializava as virtudes da criação genial.
Para o jogador “cavador”, cabia não mais do que um prêmio de consolação. Até que veio Pelé. Genial, sim. Mas disciplinado, dedicado e totalmente comprometido a usar todas as energias para levar a cabo sua tarefa. E de atleta completo e brilhante passou a ser um cidadão exemplar.
Bem adiante vem Ayrton Senna. Tinha talento, sem dúvida. Mas tinha mais do que isso. Tinha obsessão da disciplina, do detalhe e da dedicação total e completa. Era o talento a serviço do método e da premeditação, que são muito mais críticos nesse desporto.
Há mais do que uma coincidência nessa evolução. Nossa escolha de ídolos evoluiu porque evoluímos. Nossos ídolos do passado refletiam nossa imaturidade. Era a apologia da genialidade pura. Só talento, pois esforço é careta. Admirávamos quem era talentoso por graça de Deus e desdenhávamos o sucesso originado do esforço. Amadurecemos. Cresceu o peso da razão nos ídolos. A emoção ingênua recuou. Hoje criamos espaço para os ídolos cujo êxito é, em grande medida, resultado da dedicação e da disciplina – como Pelé e Senna. Mas há o outro lado da equação, vital para nossa juventude.
Necessitamos de modelos que mostrem o caminho do sucesso por via do esforço e da dedicação. Tais ídolos trazem um ideário mais disciplinado e produtivo.
Nossa educação ainda valoriza o aluno genial, que não estuda – ou que, paradoxalmente, se sente na obrigação de estudar escondido e jactar-se de não fazê-lo. O bom aluno é diminuído, menosprezado, é aquele que só obtém bons resultados porque se mata de estudar. A vitória comemorada é a que deriva da improvisação, do golpe de mestre. E, nos casos mais tristes, até competência na cola é motivo de orgulho.
O êxito em nossa educação passa por uma evolução semelhante à que aconteceu nos desportos – da emoção para a razão. É preciso que o sucesso escolar passe a ser visto como resultado da disciplina, da dedicação, da premeditação e do método na consecução de objetivos.
Adaptação: Cláudio de Moura Castro – Revista Veja, 6 de junho, 2001.
Vocabulário:
apologia – elogio, glória.
a cabo – levar à frente aquilo que começou a fazer.
consecução – ato ou efeito de conseguir.
desdenhar – desprezar.
desporto – esporte.
ideário – conjunto ou sistema de idéias políticas, sociais, econômicas, etc.
jactar – glorificar.
paradoxo – opinião contrária à comum, contradição.
premeditação – ato ou efeito de resolver com antecipação.


01-De acordo com as idéias do autor. Pelé é um ídolo que se assemelha mais a Garrincha ou a Senna? Justifique sua resposta com elementos do texto.
R: Senna
Hoje criamos espaço para os ídolos cujo êxito é, em grande medida, resultado da dedicação e da disciplina – como Pelé e Senna.
Que argumentos são utilizados pelo autor para defender a idéia de que nossa escolha de ídolos evoluiu?
R:Há mais do que uma coincidência nessa evolução. Nossa escolha de ídolos evoluiu porque evoluímos. Nossos ídolos do passado refletiam nossa imaturidade.
-Assinale a(s) alternativa(s) que traz(em) informação(ões) verdadeira(s) sobre o texto.
A - (  ) 
Para o autor, o que importa é a genialidade. A dedicação está em segundo plano.
B - (  ) 
Segundo o texto, há uma inversão de valores com relação ao reconhecimento daquele que deveria ser visto como bom aluno.
C - (  ) 
Para Cláudio de Moura Castro, a sociedade precisa de ídolos talentosos e geniais, modelos de sucesso e prestígio.
Rsposta: B

02-Assinale a frase que não pode ser completada com o que vai nos parênteses:
a)     Pagarei..........alguns empregados hoje à noite.(a)
b)     Naquela época, meu sobrinho assistia.........Belo Horizonte(em)
c)      Não implique........o colega.(com)
d)     Quando morava no campo, aspirava.........ar puro e sentia-se bem.(ao)
Resposta: D - (aspirava o ar)

03-Marque a alternativa em que ocorre erro na substituição por pronome átono:
a)     Obedeci ao professor. / Obedeci-lhe.
b)     Encontrei os animais na rua. / Encontrei-os na rua.
c)      Toquei o seu braço./ Toquei-lhe o braço.
d)     Visitou a amiga no hospital. / Visitou-lhe no hospital.
Resposta: D - (visitou-a)

04-(GAMA FILHO) Assinale a frase em que há erro de regência verbal.
a) O desmatamento implica destruição e fome.
b) Chegamos na cidade antes de anoitecer.
c) Jonas reside na rua marrecas.
d) Os ambientalistas assistiram a uma conferência
Resposta: B- (Chegamos a cidade)

05-Quanto à colocação pronominal, complete fazendo as definições:
a)Na ênclise o pronome vem depois do verbo, exemplo: “Quero-lhes muito com se fossem a minha família”.
b) Já na .mesóclise o pronome está no meio do verbo, exemplo: “Amá-la-ei depois do vestibular”.
c) E na próclise o pronome está antes.do verbo, exemplo: “Não se afobe”.

06- (MACK-SP) Assinale a incorreta:
a) Nunca se ouviu falar dele.
b) Apelidar-te-ei de “formoso”.
c) Me impuseram severo castigo.
d) Largaste-me só e desamparado.
 Resposta: C - ( impuseram-me)

ATIVIDADE DA SEMANA - 7ºC

https://padlet.com/casgirl/q9gbhp09bjqa1e2p