quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Para refletir...


SOU UM PROFESSOR QUE PENSA...
Pensa em sair correndo toda vez que é convocado para uma reunião, que certamente o responsabilizará mais uma vez, pelo insucesso do aluno.
SOU UM PROFESSOR QUE LUTA...
Luta dentro da sala de aula, com os alunos, para que eles não matem uns aos outros.Que luta contra seus próprios princípios de educação, ética e moral.
SOU UM PROFESSOR QUE COMPREENDE...
Compreende que não vale a pena lutar contra as regras do sistema, ele é sempre o lado mais forte.
SOU UM PROFESSOR QUE CRITICA...
Critica a si mesmo por estar fazendo o papel de vários outros profissionais como: psicólogo,médico, assistente social, mas não consegue fazer o próprio papel que é o de ensinar.
SOU UM PROFESSOR QUE TEM ESPERANÇA,
E espera que a qualquer momento chegue um "estranho" que nunca entrou em uma sala de aula, impondo o modo de ensinar e avaliar.
SOU UM PROFESSOR QUE SONHA...
SONHA COM UM ALUNO INTERESSADO,
SONHA COM PAIS RESPONSÁVEIS,
SONHA COM UM SALÁRIO MELHOR, UM MUNDO MELHOR.
ENFIM, SOU UM PROFESSOR QUE REPRESENTA...
Representa a classe mais desprestigiada e discriminada, e que é incentivada a trabalhar só pelo amor à profissão.
Representa um palhaço para os alunos.
Representa o fantoche nas mãos do sistema concordando com as falsas metodologias de ensino.
E esse professor, que não sou eu mesmo, mas é uma outra pessoa, representa tão bem, que só não trabalha como ator, porque já é PROFESSOR e não dá para conciliar as duas coisas.

Desconheço a fonte

terça-feira, 21 de setembro de 2010

A PALAVRA ESCRITA NO MURO



Era quase um garrancho, mas o menino a leu, letra por letra.
E disse:
– Boa noite.
A palavra respondeu:
– Boa noite.
Diante da delicadeza da resposta, o menino perguntou:
– Quem é você?
E ela, rindo com todas as letras do seu corpo, respondeu:
– Sou uma palavra.
O menino pensou que ela estivesse presa, já que não podia sair do lugar, e perguntou-lhe:
– Mas quem pôs você de castigo aí no muro?
A palavra retrucou:
– Eu não estou de castigo. Estou livre. Todas as palavras que você lê nos muros da cidade são livres.
Nenhuma delas está em cativeiro.
– Mas você está presa.
A palavra tornou a desmentir:
– Eu não estou presa. Num muro uma palavra é livre como um pássaro. Menino, vou dizer-lhe uma coisa para você guardar a vida inteira. Nenhuma palavra vive em cativeiro.
O menino lembrou-se, então, de que em sua casa havia um grande dicionário que tinha nome de gente.
E ponderou:
– Mas, num dicionário, as palavras estão presas.
A palavra (seria uma palavra senhora ou senhorita?) riu, exibindo seus belos e brancos dentes feitos de sílabas, e explicou:
– Mesmo num dicionário as palavras são livres. Um dicionário não é uma prisão. É uma praça onde a gente se reúne.
– Pra quê? – interrogou o menino.
– Para servir aos homens. Todos nós temos uma serventia. Estamos a serviço da vida, do amor. Uma palavra é como um sol. Esquenta as pessoas. Quem sabe palavra não sente frio!
– Mas quem foi que pôs você aí no muro? – quis saber o menino.
– Foi um homem. Foi a mão de um homem.
– Foi de dia ou foi de noite? (O menino era curioso, queira saber tudo.)
A palavra não precisou se lembrar da hora em que fora colocada no muro como se fosse uma criança que a mãe põe no colo. Sabia isso na ponta da língua, pois as palavras também têm uma língua, como gente:
– Foi de noite. Estava muito escuro. Você sabe que a noite é nossa irmã? Muitas vezes, em certos lugares, só de noite é que a gente pode andar.
– Mas as palavras andam?
– Menino, as palavras andam sempre. São como os ciganos. Não podem ficar paradas em lugar nenhum, nem nos livros nem na boca dos homens. Já lhe disse que somos passarinhos. Nascemos para voar.
– Então, como foi que você nasceu?
– Eu não nasci. Eu estava voando. Então pousei na mão de um homem como se fosse um passarinho. Ele não precisou de gaiola para me agarrar. Era um homem que tinha vindo de um comício, o povo tinha gritado muito. Ele estava precisando de uma palavra para dizer o que queria, tudo aquilo que estava dentro do seu coração e não podia manifestar-se porque eu ainda não tinha aparecido. Então eu pousei na mão dele. Esta rua estava escura, quase ninguém passava. O homem olhou para um lado e para o outro, viu que nenhum soldado estava passando, não havia polícia por perto, e pôs-me aqui. Dia e noite as pessoas passam e, mesmo em silêncio, conversam comigo, e levam-me em suas lembranças e nos seus corações. É um pouco difícil de explicar, mas eu sou levada e no entanto fico aqui, sem sair do lugar. Você entende?
– E como é o seu nome, palavra-passarinho? – quis saber o menino.
– MEU NOME É LIBERDADE, MENINO.
– A senhora tem um nome muito bonito!
– Não me chame de senhora, chame-me de você. Eu sou você.
LÊDO, Ivo. O menino da noite. São Paulo: Nacional, 1984.

01-O menino, que conversava com uma palavra escrita num muro, pensava que ela estava de castigo. Explique o que levou o menino a acreditar nisso:
Resposta:

02-A palavra pensava da mesma forma que o menino? Justifique baseando-se nas informações dadas por ela:
Resposta:

03-A palavra afirmou que todas as palavras do dicionário estão a serviço da vida e do amor. Como é possível que simples palavras contribuam à vida dos homens com vida e amor?
Resposta:

04-De acordo com a palavra escrita no muro, as palavras são como passarinhos. O que existe em comum entre as palavras e os passarinhos? Justifique:
Resposta:

05-Observe:
A palavra foi escrita no muro por uma pessoa que desejava um mundo melhor do que aquele em que ela vivia.
A afirmativa é verdadeira ou falsa? Por quê?
Resposta:

06-Releia.
“– (...) Dia e noite as pessoas passam e, mesmo em silêncio, conversam comigo, e levam-me em suas lembranças e nos seus corações (...) eu sou levada e no entanto fico aqui, sem sair do lugar.”
Como é possível que as pessoas conversem em silêncio com a palavra LIBERDADE, escrita no muro?
Resposta:

07-Releia.
"– (...) Dia e noite as pessoas passam e, mesmo em silêncio, conversam comigo, e levam-me em suas lembranças e nos seus corações (...) eu sou levada e no entanto fico aqui, sem sair do lugar."
Explique como as pessoas podem levar a palavra LIBERDADE, mas ela continuar no mesmo lugar:
Resposta:

08-Segundo a palavra escrita no muro, as palavras são como ciganos. O que existe em comum entre as palavras e os
ciganos? Justifique:
Resposta:

09-Releia.
“– E como é o seu nome, palavra-passarinho? – quis saber o menino.
– MEU NOME É LIBERDADE, MENINO.
– A senhora tem um nome muito bonito!”
Por que o menino chamou a palavra escrita no muro de “palavra-passarinho”?
Resposta:

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O mito de Perséfone

Falavam os antigos gregos que, no começo dos tempos, não existiam as quatro estações do ano. Só a primavera e o verão. Naquele tempo, andava pelo mundo uma jovem belíssima chamada Perséfone.

Ela era filha de Deméter, a deusa do casamento e das colheitas. Um dia, Perséfone colhia flores e cantava, quando foi vista pelo deus do mundo subterrâneo, o terrível Hades.

Ele se apaixonou perdidamente pela jovem e a raptou, levando-a para seu mundo de escuridão.

Deméter, a mãe, ficou desesperada. Não se conformava com a perda da única filha.

Como ela era deusa das colheitas, sua tristeza e saudade fizeram os frutos das árvores secarem e as flores murcharem.

Famintos, os homens pediram a Zeus,o deus de todo o universo, que resolvesse aquela situação.

Zeus chamou seu filho Hermes, o mensageiro de todos os deuses, e lhe fez um pedido:

- “Hermes, quero que me ajude. Deméter exige que Perséfone volte. Diz que, se ela não voltar, todas as árvores morrerão. Mas Hades já se casou com ela. O que faremos?”

Hermes, o mais esperto dos deuses, desceu ao mundo subterrâneo de Hades, a terra secreta da noite e dos mistérios.

Lá encontrou Perséfone ao lado do marido.

- “Meu pai ordena que Perséfone volte para a casa de sua mãe, Hades. Você agiu incorretamente”.

- Por quê? Eu estava apaixonado, não conseguia viver sem Perséfone e, com o tempo,ela também aprendeu a me amar! Somos felizes agora.

- “Não se pode raptar uma jovem dessa forma. Deméter sente saudades da única filha. Você terá que me obedecer”.

- “É impossível devolver Perséfone à terra novamente. Como você sabe, o que entra no mundo das trevas não pode voltar para casa”.

- “Hades, então tenho uma proposta: Perséfone fica oito meses com a mãe e durante os quatro meses restantes ela fica com você. Certo?”

- “Está bem, Hermes, eu aceito”.

E foi assim que surgiram as estações do ano.

Quando Perséfone está com a mãe, temos a primavera e o verão; quando Perséfone está com Hades, temos o inverno e o outono, porque como Deméter é a deusa das colheitas, sua tristeza e saudade fazem as flores murcharem e os frutos secarem.

*(História da mitologia grega tirada do livro ¨Lá vem história outra vez¨, de Heloisa Prieto)

ATIVIDADE DA SEMANA - 7ºC

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